No meio dos quase 100 alunos do ensino secundário da ES de Santa Maria da Feira que assistiam à palestra da sua Mentora – Hélia Marchante – sobre espécies invasoras, o Marcelo não hesitou a resposta – “as espécies exóticas invasoras não tem predadores naturais, crescem rapidamente, instalam-se, competem e impedem as outras espécies de crescer e de se reproduzir”. Claro está que a pergunta lançada pela Hélia se referia às ameaças que estas espécies colocam aos nossos ecossistemas. Além desta, muitas outras questões foram sendo debatidas ao longo da sessão que decorreu na escola no âmbito da Rede de Escolas do FUTURO e do projeto educativo que a Professora Fernandina e restantes colegas decidiram abraçar, ao escolherem o tema das espécies invasoras como temática de estudo.

Se com algumas espécies o nosso olhar consegue facilmente distinguir caracteres exóticos, e isso facilita a identificação como espécie eventualmente invasora, possivelmente o mesmo já não acontece, ao vermos uma robínia (Robinia pseudoacacia L.) ou um espanta lobos (Ailanthus altíssima). Este fenómeno acontece porque possivelmente pensamos: “eu sempre vi estas plantas, estão por todo o lado, junto a estradas, por isso devem ser de cá…”. Portanto, o facto de vermos uma determinada espécie em grande número, muitas vezes dominando totalmente um terreno, isso não significa que seja uma espécie nativa (e este comportamento dominante pode indicar exatamente o contrário).

Depois da apresentação das principais espécies invasoras presentes na Área Metropolitana do Porto foi tempo para um desafio, bem ao estilo de um concurso televisivo. Foram apresentadas fotografias de algumas espécies de flora, nativa e invasora e os dois grupos “concorrentes”, nos quais foi dividida a plateia, tinham como missão acertar na origem da planta (nativa ou exótica) e nos seus nomes comum e científico, respetivamente. Num ambiente em que todos estavam simultaneamente descontraídos e concentrados, consolidaram-se conceitos e nomes. Esta componente formativa foi de grande importância já que este grupo irá, numa terceira fase do seu projeto educativo, focar-se na investigação sobre métodos de controlo de plantas invasoras.

A Escola Secundária de Santa Maria da Feira é já uma experiente participante nas ações de plantação do FUTURO na Mata do Castelo (a sua área adoptada desde 2015). No entanto, este ano lançamos  o desafio de este grupo se dedicar ao estudo das plantas invasoras. A sua Mentora do FUTURO, a investigadora Hélia Marchante, faz parte da equipa do projeto Invasoras.pt. Este projeto estimula a participação pública ativa, quer no mapeamento destas espécies, quer em atividades de controlo e divulgação. Desta forma, esta escola terá um importante papel nas atividades de controlo de plantas invasoras no concelho, bem como na sensibilização da restante comunidade educativa. Desde já agradecemos a prontidão e disponibilidade da escola para abraçar este desafio da Rede de Escolas do FUTURO.

Parabéns a tod@s!

FOTOS | Créditos: ©2017CRE.Porto|ampereira

A Rede de Escolas do FUTURO é uma iniciativa do FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto, um projeto desenvolvido pela Universidade Católica Portuguesa e Área Metropolitana do Porto no âmbito CRE.Porto – Centro Regional de Excelência em Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Área Metropolitana do Porto. O objetivo do Programa de Mentores da Rede de Escolas do FUTURO é o de garantir apoio às Escolas através do estabelecimento de laços entre os docentes coordenadores e especialistas em diversas áreas de intervenção, que colaboram graciosamente. Conheça as entidades e pessoas envolvidas no projeto