O projeto Recreio Escolar Livre de Invasoras (RELI) ambiciona eliminar as plantas invasoras, uma das maiores ameaças à flora nativa, que invadiram os espaços verdes das escolas. Para isso são os agentes RELI, docentes e alunos, que têm um papel preponderante, no qual aprendem sobre a problemática e colaboram na aplicação dos métodos de controlo mais adequados às invasoras identificadas no recreio escolar. Em S. João da Madeira, durante o ano letivo de 2022/2023, concretizou-se a 2ª edição do RELI com a comunidade escolar de dois estabelecimentos, Escola Básica e Secundária Dr. Serafim Leite e Escola Secundária João da Silva Correia, participantes desde o lançamento do projeto.

Num primeiro momento, dinamizaram-se 7 ações de capacitação, em que 144 novos alunos acompanhados de 5 docentes, ficaram instruídos sobre o conceito de planta invasora, como identificar as mais comuns que ocorrem na sua região e quais os métodos de controlo disponíveis para combater estas espécies prejudiciais para os ecossistemas. Ferramentas essenciais e o ponto de partida para implementar um plano de controlo. As turmas integrantes realizaram saídas de identificação e mapeamento das invasoras dos respetivos recreios, fazendo também a monitorização dos locais que foram alvo de controlo na primeira edição em 2021/2022. Este trabalho permitiu completar os planos de controlo de cada escola e programar a fase da ação.

Na Escola Básica e Secundária Dr. Serafim Leite, os alunos e docentes executaram uma ação de controlo em que arrancaram manualmente uma erva-das-pampas (Cortaderia selloana) e azedas (Oxalis pes-caprae), mas também procuraram remover espécies de plantas exóticas naturalizadas como os jarros (Zantedeschia aethiopica) e o alho-bravo (Allium triquetrum) que surgem abundantemente nos canteiros, por terem um comportamento potencial invasor.

Os agentes RELI da Escola Secundária João da Silva Correia totalizaram 4 ações de controlo e empenharam-se no arranque manual de dezenas de plântulas de austrálias (Acacia melanoxylon), uma erva-das-pampas e indivíduos de tintureira (Phytolacca americana).

O RELI também foi assunto de divulgação nas escolas, sendo tema nos seus blogues, redes sociais e na elaboração de posters para partilhar o conhecimento adquirido e o trabalho realizado.

Com a dedicação de todos os envolvidos, ao longo do ano letivo, foi possível monitorizar, identificar o aparecimento de novas espécies e agir sobre os focos de invasão. Apesar do trabalho ainda não estar concluído, a 2º edição permitiu mais um grande avanço para alcançar o objetivo. As espécies invasoras requerem um esforço contínuo no tempo, mas a comunidade RELI está mais consciente e proativa para zelar pelos seus espaços verdes e pelas espécies nativas.

Consulte a versão integral do balanço da 2 ª edição do RELI,  aqui.

O projeto RELI – Recreio Escolar Livre de Invasoras é desenvolvido no âmbito do FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto, em colaboração com a Câmara Municipal de S. João da Madeira e o CRE.Porto. O CRE.Porto é uma rede de educação-ação para a sustentabilidade liderada pela Universidade Católica Portuguesa – Porto e pela Área Metropolitana do Porto.