No ano letivo 2022/23, na segunda edição do projeto Recreio Escolar Livre de Invasoras (RELI) em S. João da Madeira, capacitaram-se 144 alunos e 7 docentes de dois estabelecimentos escolares, Escola Básica e Secundária Dr. Serafim Leite e Escola Secundária João da Silva Correia, concretizando 5 ações de controlo para eliminar as plantas invasoras dos recreios. Através do arranque manual, a comunidade educativa participante deixou os seus recreios com menos: austrálias, tintureiras, ervas-das-pampas e azedas.

Com a chegada da primavera, a comunidade do projeto RELI 2022/23 atualizou o seu plano de controlo, elaborado no ano letivo anterior, no seguimento das ações de identificação dos focos de invasão realizadas em janeiro 2023 .

Na Escola Básica e Secundária Dr. Serafim Leite, os alunos e docentes dinamizaram diversas ações em prol do ambiente no âmbito da “Semana da Terra” e, no dia 22 de abril, organizaram-se para uma ação de controlo de invasoras. Arrancaram azedas, uma erva-das-pampas de pequeno porte e também infestantes exóticas, como os jarros e o alho-bravo. Em maio, os docentes conduziram uma ação de monitorização, para planear as restantes ações de controlo. Reportaram a presença de azedas e jarros nos canteiros e registaram o desenvolvimento de austrálias num canteiro por controlar. No plano de controlo estabeleceram prioritário: o arranque manual de três ervas-das-pampas, encontrando-se um exemplar desta espécie na cobertura de um dos edifícios da escola; e a monitorização e definição do método mais adequado para as austrálias. O controlo previsto para junho, foi adiado, devido a condições meteorológicas desfavoráveis, para o próximo ano letivo.

Nos dias 15, 16 e 17 de maio, em plena semana dedicada às espécies invasoras a nível ibérico, 96 alunos da Escola Secundária João da Silva Correia e as 3 professoras do RELI, com o apoio do Município e CRE.Porto, realizaram 4 ações de controlo no seu recreio escolar. As principais invasoras controladas foram a tintureira e a austrália. Com o auxílio de sachos-de-mão e enxadas, os alunos e professores, começaram por humedecer o solo de forma a retirar facilmente, sem partir, as raizes das plantas invasoras. Como foi o caso de uma tintureira que ofereceu resistência, mas os agentes RELI saíram vitoriosos, com a eliminação de uma raiz com cerca de quarenta centímetros, removendo totalmente o indivíduo! Quanto ao controlo das austrálias, os alunos concentraram-se nas plantas que não apresentaram resistência ao arranque manual, retirando dezenas de rebentos. Apesar do empenho das turmas, ficaram ainda austrálias para controlar no futuro próximo. Uma austrália que resistiu ao descasque aplicado em 2022 foi novamente intervencionada. Esta escola mantém-se livre de ervas-das-pampas porque os agentes RELI estão atentos: detetaram um exemplar jovem, numa fenda no chão, e rapidamente o eliminaram. 🙂

A terminar mais uma edição do RELI, os docentes participantes destacam a utilidade do projeto para “a consolidação dos conteúdos programáticos” e a relevância para os alunos “desenvolverem comportamentos pró-ambientais”. Os resultados demonstram que o projeto é pertinente para as aprendizagens educativas e gera oportunidade e motivação para agir sobre a problemática das plantas invasoras.

Implementando pelo segundo ano consecutivo o projeto RELI, nestas escolas foi possível monitorizar as intervenções do ano letivo 2021/22 e atualizar o plano de controlo conforme as necessidades encontradas em 2022/23. Nomeadamente, no que toca a controlos que se tenham revelado ineficazes e na deteção de novos focos de invasão, reformulando o plano para atuar sobre esses casos. O combate às plantas invasoras implica planeamento e uma boa gestão dos recursos e esforços, pois estas espécies conquistam pela persistência nos locais e à escala do RELI é importante assegurar a progressão das ações para alcançar o desejado, os recreios escolares livres de invasoras.

A todos os envolvidos, um agradecimento pela colaboração e trabalho investido no RELI!

O projeto RELI – Recreio Escolar Livre de Invasoras é desenvolvido no âmbito do FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto, em colaboração com a Câmara Municipal de S. João da Madeira e o CRE.Porto. O CRE.Porto é uma rede de educação-ação para a sustentabilidade liderada pela Universidade Católica Portuguesa – Porto e pela Área Metropolitana do Porto.