O 28 de janeiro foi um dia preenchido no Centro de Recuperação Paisagística do Vale do Leça (CRPVL), em Matosinhos, onde ocorreram duas formações técnicas sobre a valorização económica e ambiental de espécies arbóreas nativas.

Durante a manhã, 11 formandos assistiram à formação dedicada ao medronheiro (Arbutus unedo). Na primeira parte, os participantes conheceram esta espécie e como foi obtida através da técnica da micropropagação para os Campos Demonstrativos do CRPVL. Para manter uma produção saudável e rentável também é necessário verificar a fitossanidade das plantas e eventuais deficiências nutricionais, como tal identificaram-se algumas pragas e doenças mais comuns e como combatê-las. Na parte prática, o grupo empenhadamente e esclarecendo dúvidas aplicou a poda de formação no meio hectare ocupado por medronheiros.

Seguiu-se um momento de pausa, para o almoço, e vários participantes regressaram para a segunda ação de formação do dia, constituindo-se um grupo de 12 formandos para as espécies-alvo da tarde: o pinheiro-manso (Pinus pinea) e o sobreiro (Quercus suber).

Estas árvores nativas emblemáticas têm a particularidade de estabelecer relações simbióticas entre  fungos presentes no solo e as suas raízes, denominadas micorrizas. Como os formandos aprenderam, esta é uma interação muito benéfica que promove a extensão das raízes e que consequentemente, aumenta a área de absorção de água e nutrientes. As árvores micorrizadas são uma forma de não só potenciar um melhor desenvolvimento das plantas, mas também poderá acrescentar valor económico dado que se poderá colher os frutos dos fungos, comestíveis, como as sanchas (Lactarius deliciosus), enquanto se aguarda pelos produtos das espécies, como o pinhão e a cortiça. O importante contributo do grupo nos Campos Demonstrativos, passou por melhorar as caldeiras dos pinheiros e sobreiros e sinalizá-los com protetores e estacas, que no caso do pinheiro ajuda a promover o seu crescimento apical.

Encerrou-se assim o primeiro ciclo de formações técnicas do Centro de Recuperação Paisagística do Vale do Leça, que contemplou 48 participações em 4 sessões teórico-práticas, muito produtivas, sendo abordadas 5 espécies nativas: a aveleira, o sabugueiro, o medronheiro, o pinheiro-manso e o sobreiro. Muito obrigad@ a todos os participantes pelo interesse, participação e momentos de partilha!

FOTOS: ação sobre Medronheiro | ação sobre Pinheiro-manso e sobreiro

Créditos: ©2023CRE.Porto.amourao e ©2023CRE.Porto.malmeida

O Centro de Recuperação Paisagística do Vale do Leça é uma iniciativa do Município de Matosinhos que pretende promover o restauro ecológico e valorização do vale do Leça. Este projeto contribui para os objetivos do FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto e é desenvolvido em parceria com o CRE.Porto.