Música e Natureza: duas linguagens universais

A música é definitivamente uma linguagem universal. André Michel (1952), músico, compositor, escritor e especialista em psicanálise, referia-se à música como a “a arte do tempo”, como algo que é e deixa de ser no mesmo instante, numa constante chamada de atenção. Esta qualidade da música é especialmente importante quando nos referimos a crianças com doenças que afetam as suas capacidades motoras e intelectuais.

Foi com este objetivo que a Mentora da Rede de Escolas do FUTURO – Ana Maria Pinto – iniciou um trabalho especifico com alunos de uma Unidade de Educação Especial na Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas, no Porto. A escola, com a liderança das Professoras Cristina Soares e Teresa Padilha  e em colaboração com o Centro de Educação Ambiental do Covelo, faz parte da nossa Rede de Escolas do FUTURO e pretende abordar a árvore e a natureza num contexto artístico e sensorial, bem como de um modo prático, uma vez que irá igualmente construir um viveiro de plantas nativas. As visitas da Mentora Ana Maria Pinto à escola são já um motivo de entusiasmo e alegria. As sonoridades que ela trás, as experiências, mas acima de tudo o projeto que ela construiu para estes alunos é uma verdadeira lufada de ar fresco. Estão a ser construídas peças musicais partilhadas entre alunos com percursos educativos convencionais e alunos desta unidade especial. Cada um dará o seu contributo.

No passado 21 de fevereiro acompanhamos uma das sessões com a Ana Maria Pinto, a Professora Clara Pinto e oito alunos. Os Koshi – instrumentos artesanais constituídos por oito cordas soldadas dentro de um tubo de ressonância – transportaram-nos para um ambiente de paz e tranquilidade que  não deixou ninguém indiferente. Os sentidos estavam despertos e cada um sentiu à sua maneira estas novas experiências. Os ritmos e harmonias que nasciam das mãos e do canto da Ana encorajaram a comunicação e a experiência.

Uma das alunas tocou um tambor de forma ritmada em jeito de acompanhamento de uma melodia cantada pela Mentora e deixou todos emocionados: este acontecimento foi uma conquista.

A música, como um verdadeiro agente socializador, ajudou o grupo a unir-se e a expressar-se de forma diferente do habitual. A nível motor estimulou a execução de movimentos diferentes. A nível verbal promoveu a oralidade e a memória de pequenos diálogos. Com esta abordagem “música-natureza” não foram necessários textos ou melodias complexas e o resultado foi extremamente inclusivo. Naquela sala houve apenas música e uma dedicação e entrega enorme da Mentora, da Professora e das Auxiliares que garantiram que cada momento e cada experiência fosse aproveitada ao máximo por todos. O trabalho vai continuar de modo a produzir um espetáculo com a participação ativa de todos, sem exceção, no final do ano letivo.

Parabéns a tod@s!

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