No passado 1 de fevereiro, 50 docentes da Área Metropolitana do Porto participaram na Ação de Formação “A Natureza é a melhor sala de aula”.

Esta ação teve como objetivo principal o de capacitar e inspirar os docentes com exemplos, ferramentas de trabalho e ideias práticas sobre a utilização da Natureza como espaço de ensino-aprendizagem.

Ao longo do dia, vários oradores partilharam os seus métodos de trabalho em contexto de Natureza, bem como partilharam diversas experiências.

As boas vindas foram dadas por Ana Pereira, bióloga, membro do CRE.Porto e responsável pela coordenação do projeto educativo, que abriu a manhã abordando a importância da Natureza na vida das crianças e dos jovens, refletindo também sobre os mecanismos de atuação da mesma no organismo e no seu desenvolvimento físico e intelectual.

Mariana Roldão, coordenadora do Serviço Educativo Ambiente da Fundação de Serralves, abordou depois, de forma exemplar, como a criatividade e o processo criativo são fundamentais na educação ambiental. A interpretação e perceção da Natureza, da floresta, do jardim e da paisagem podem ser ferramentas muito poderosas nos vários domínios de aprendizagem, desde o cognitivo ao sensorial.

Mariana Santos, ecóloga, partilhou o seu testemunho enquanto mãe e educadora que conta com o poder na Natureza enquanto espaço privilegiado para um crescimento saudável, equilibrado e rico das suas filhas. Foram dezenas as histórias e fotografias que nos emocionaram e conseguiram transportar-nos para o seu mundo, para as suas dúvidas, peripécias e oportunidades de aprendizagem, muitas das vezes sem sair do jardim e do quintal de casa. A criação de laços afetivos, o ultrapassar de dificuldades e a curiosidade permanente orientam a Mariana neste percurso.

A manhã terminou com a equipa do CIBIO/InBIO, Teresa Fernandes e Raquel Ribeiro, que nos levaram a uma viagem pelo Parque de Serralves, mesmo sem sair da sala (porque a tempestade no exterior o impediu). Conseguimos perceber quais as metedologias de amostragem e alguns dos segredos que os biólogos guardam para conseguir encontrar a maior diversidade possível de organismos.

Seguiram-se as investigadoras do Centro de Investigação em Desenvolvimento Humano da Universidade Católica Portuguesa, Marisa Costa e Alexandra Carneiro, que partilharam alguns dos estudos científicos mais recentes que atestam os impactos e os benefícios de um contacto direto com um ambiente mais verde e mais natural. Este foi também o momento para dar a conhecer o trabalho de investigação que está a ser desenvolvido em conjunto com o CRE.Porto (para avaliar o impacto do projeto educativo “A Natureza é a melhor sala de aula” na comunidade educativa da AMP).

A tarde começou agitada e com muito movimento! As dinâmicas de grupo, trazidas pela Mónica Franco, fundadora da Associação Movimento Bloom, foram muito importantes para que os docentes tomassem contacto com algumas estratégias para trabalhar temas ligados à vida na floresta e na Natureza.

Para fechar a tarde, Cédric Pedrosa, educador de infância e membro da Associação Escola da Floresta (Forest School Portugal) partilhou as suas experiências no ensino na Natureza. Trouxe-nos exemplos não só das escolas que teve oportunidade de trabalhar em diferentes países da Europa e Ásia, mas também as que desenvolve enquanto educador no Colégio Luso-Internacional do Porto. Com estes exemplos foi possível perceber que crianças tão pequeninas como as de 3 e 4 anos conseguem ultrapassar barreiras, aprender a discriminar perigos e fazer escolhas certas, com a orientação certa em pleno contacto de Natureza.

A adesão a esta Ação de Formação foi surpreendente e apesar de não ter sido possível aceder a todos os pedidos de participação na mesma, acreditamos que este será certamente o primeiro passo para a criação de um movimento mais global de Aulas na Natureza a nível regional. Porque a Natureza é a melhor sala de aula!

FOTOS | Créditos: ©2019CRE.Porto.malmeida; ©2019Serralves

Esta ação de formação foi organizada no âmbito do projeto educativo “A Natureza é a melhor sala de aula”, promovido pelo CRE.Porto – Centro Regional de Excelência em Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Área Metropolitana do Porto. O CRE.Porto é uma rede de educação-ação para a sustentabilidade liderada pela Universidade católica Portuguesa e pela Área Metropolitana do Porto. A ação de formação foi desenvolvida em parceria com o Serviço Educativo Ambiente da Fundação de Serralves.