Um estudo europeu recente mostra que o acesso à Natureza tem grandes impactos na redução do risco de depressão, obesidade e incidência de alergias, aumentando a saúde e o bem estar. Reconhecendo estes e outros benefícios, 229 alunos e 13 professores das Escolas da Lomba, Fontinha, Miosótis e Fernão Magalhães (Porto) calçaram as sapatilhas, puseram as mochilas às costas e procuraram o contacto com a Natureza. Nos passados 8 e 9 de março puderam trabalhar na Quinta de Ribeiro de Colmeias, em parcelas de intervenção do projeto FUTURO, em plena Serra de Santa Iria (Gondomar).

As quatro ações decorreram no âmbito da Rede de Escolas do FUTURO graças ao trabalho dos técnicos dos Centros de Educação Ambiental do Porto (nomeadamente do Covelo) e ao acolhimento proporcionado pelas equipas da Câmara Municipal de Gondomar e da Portucalea – Associação Florestal do Grande Porto, num excelente exemplo de cooperação entre distintas entidades (algo felizmente comum no contexto do projeto FUTURO). O transporte foi assegurado pela Junta de Freguesia de Paranhos. Ao chegar à Quinta de Ribeiro de Colmeias – um pequeno paraíso – fomos ouvindo alguns desabafos que não conseguimos deixar de registar: “Eu moro num 5º andar mas nem lá de cima consigo ver esta paisagem! Só vejo prédios ainda mais altos, e aqui não! Só se vê árvores, é tão bonito!”

As 262 árvores plantadas ao longo destes dois dias (freixos, carvalhos, sobreiros e lódãos) foram produzidas no Parque do Covelo com a colaboração destas escolas.

A plantação, embora sempre acompanhada pelos operacionais e técnicos, foi também uma responsabilidade dos alunos e professores. Claro está que foram partilhados com os grupos todos os ‘segredos’ sobre como plantar uma árvore. A missão dos plantadores era a de garantir que cada árvore ia ser bem plantada, para aumentar sua probabilidade de sobreviver, crescer e “conquistar a Serra de Santa Iria”. Quase todas as árvores tiveram honras de batismo e entre a Preciosa, a Conquistadora, a MC, a Poderosa, e a Rosinha, os nomes foram-se seguindo, cada qual mais original.

Ao longo das duas manhãs e duas tardes de intensa plantação, passeio e animação, as crianças puderam experimentar sensações, cheiros e espaços novos. Puderam sentir o silêncio – “na cidade nunca consegui estar assim…sem barulho! Aqui há silêncio, mesmo com os meninos a correr, consegue-se ouvir calma” – recolher presentes valiosos – “vou levar para casa as pedras mais bonitas que encontrei aqui! São tão lindas, parecem pedras preciosas…” – calcar o mato seco e ouvir os troncos a partir, enfarruscar a cara terra seca e dar umas boas risadas.

O contentamento das crianças foi acompanhado pelo deleite dos adultos. Todos se deixam se contagiar pela alegria de verem a satisfação dos pequenos por poder mexer na terra e correr em liberdade entre as árvores. “São experiências como estas que os nossos alunos precisam cada vez mais” – comentavam as professoras. Uma das professoras pedia-nos – “ajudem-me porque não consigo levar os meus alunos embora, não querem sair daqui!”.

Nós entendemos bem essa vontade de ficar 🙂

Para o ano haverá mais.

 

FOTOS 8 março Créditos: ©2017CRE.Porto|ampereira e ©2017CMGIvaRodrigues

FOTOS 9 março Créditos: ©2017CRE.Porto|ampereira e ©2017CMGIvaRodrigues

Rede de Escolas do FUTURO é uma iniciativa do FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto, um projeto desenvolvido pela Universidade Católica Portuguesa e Área Metropolitana do Porto no âmbito CRE.Porto – Centro Regional de Excelência em Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Área Metropolitana do Porto. O objetivo do Programa de Mentores da Rede de Escolas do FUTURO é o de garantir apoio às Escolas através do estabelecimento de laços entre os docentes coordenadores e especialistas em diversas áreas de intervenção, que colaboram graciosamente. Conheça as entidades e pessoas envolvidas no projeto