Nos dias 16 e 18 de maio, assinalou-se a Semana Ibérica Sobre Espécies Invasoras 2023 com duas ações de controlo, em Foz do Sousa, Gondomar, onde 8 Voluntários aplicaram o arranque manual na planta invasora, sanguinária-do-Japão.

A sanguinária-do-Japão (Fallopia japonica), oriunda da Ásia, desencadeia diversos impactos negativos, nomeadamente, nos ecossistemas florestais ripícolas, e destaca-se pelos seus rizomas (caules subterrâneos) conseguirem atingir até 3 metros de profundidade e, através de pequeníssimos fragmentos, reproduz-se vegetativamente, instalando-se rapidamente em novos locais. Uma planta invasora muito voraz que é capaz de entupir canalizações e de danificar infraestruturas e vias de comunicação.

Na margem do rio Sousa, em Jancido, foram detetados dois pontos de invasão. Devido às características do local, escolheu-se o arranque manual como método de controlo a aplicar. Na tarde do dia 16 de maio iniciou-se o controlo de uma das áreas. Durante a ação, 5 voluntários esforçados na tarefa conseguiram alcançar cerca de 20 metros quadrados de área invadida. As partes de plantas removidas foram todas colocadas em sacos plásticos onde serão devidamente eliminadas, por incineração, para não constituírem perigo de nova invasão. A tarefa foi árdua, porém o grupo mostrou-se capaz e no final da ação, recebeu-se uma visita de um casal de pato-real, muito curioso, que estreou o espaço de margem livre conquistado. 😊

Na ação do dia 18 de maio estava previsto abordar outra espécie invasora, a erva-da-fortuna (Tradescantia fluminensis), que já se estende por longos tapetes na área, contudo, ajustou-se a ação para o esforço ser mais eficaz e continuar o trabalho na mancha densa de sanguinária-do-Japão. Ainda assim, os 3 participantes desta manhã de trabalho ficaram a conhecer esta invasora rastejante e exemplificou-se como deve ser feito o seu controlo. Os voluntários aprenderam também a identificar a sanguinária-do-Japão, os seus impactos e, cheios de energia, focaram-se em arrancar o máximo de indivíduos e as suas raízes, preenchendo sete sacos e conquistando mais 12 metros quadrados de margem de rio. 😊

A Vereadora do Ambiente do Município de Gondomar, Dra. Ana Luísa Gomes, esteve presente e agradeceu o envolvimento dos voluntários e seu empenho no combate da Fallopia japonica. Também aproveitou para testar o quão desafiante é o controlo desta espécie e a problemática que representa para esta região.

Nas próximas semanas e meses, com os Moinhos de Jancido e a associação APRISOF, em colaboração com o CRE.Porto e o Município, dar-se-á seguimento a estas ações para terminar o controlo, descartar corretamente e monitorizar a área.Nem tudo são invasoras e no percurso de regresso ao ponto de encontro das ações, as plantas nativas em flor foram muito apreciadas, como as esporas-bravas (Linaria triornithophora) e os miosótis-dos-bosques (Omphalodes nitida).

Agradecimento a todos os envolvidos e ao tempo dedicado em prol da floresta nativa!

FOTOS: 16 maio  18 maio | Créditos: ©2023CRE.Porto.malmeida; ©2023CRE.Porto.amourao

Estas ações integradas na Semana sobre Espécies Invasoras Portugal e Espanha 2023 foram desenvolvidas no âmbito do FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto e organizadas pelo Município de Gondomar e o CRE.Porto, em colaboração com Moinhos de Jancido e APRISOF. O CRE.Porto é uma rede de educação-ação para a sustentabilidade liderada pela Universidade Católica Portuguesa e pela Área Metropolitana do Porto.