_DSC7944No domingo passado estivémos na Serra da Freita para mais uma ação do FUTURO na qual participaram 19 valentes Plantadores que instalaram mais 217 árvores nativas (medronheiros, azevinhos e castanheiros) numa parcela nos Viveiros da Granja. Connosco esteve a Márcia Andrade, uma inveterada contadora de histórias (vale mesmo a pena conhecer o projeto dela – Histórias de Vida) e que nos enviou o relato da sua experiência:

Respondi a um desafio lançado no facebook. Um desafio que dizia: “procuram-se valentes plantadores para este domingo. garantido um dia em cheio, incluído paisagens belíssimas, confraternização, produtos locais deliciosos e uma atividade altamente recompensadora: plantar árvores. o corpo fica cansado e a alma lavada. nada melhor.”
Não que me achasse uma valente plantadora, até porque nunca tinha – que me lembre – plantado uma árvore. Mas o que, desde logo, me chamou a atenção foi: “o corpo fica cansado e a alma lavada. nada melhor.” Afinal, era isso mesmo que eu precisava: plantar árvores! Precisava de eliminar/libertar energia, para ter espaço para outras; andar pela serra, mexer na terra, transpirar, cansar-me e não pensar em mais nada, a não ser nas tarefas que tinha que concretizar e no que ia ver, cheirar, sentir – e sabia que ia doer, pois andar de enxada na mão e cavar a terra faz doer o corpo! (principalmente para quem não está habituado, como é o meu caso). E é que nem na alma se pensa, porque, se ela existe, está lá, a revelar-se no que se faz.  
Esteve frio, muito, muito frio. Esteve chuva, muita chuva. Fiquei com os pés molhados, as botas cobertas de lama, doeram-me as mãos do frio, doeram-me as pernas e as costas por subir o monte e por pegar na enxada, mas nunca, em momento algum, me arrependi! Estava a sentir o meu corpo e estava contente. E é que nem na alma se pensa, porque, se ela existe, está lá, a revelar-se no que se sente.  
Foi mesmo um dia em cheio! Teve belíssimas paisagens, confraternização e produtos deliciosos (que provámos no final). E foi, sem dúvida, uma atividade recompensadora, tanto pelos benefícios pessoais – cansei o corpo e lavei a alma – como pelos sociais, já que que, entre outras coisas, pude, com a minha singela participação, contribuir para a prevenção de fogos florestais e a minimização dos seus riscos – como tão bem nos foi explicado antes de começarmos. Sobre este dia, este domingo, digo: Nada Melhor!
Márcia Andrade.

Márcia, obrigada pela partilha desta história! A tod@s os Plantadores deste dia, um grande obrigada pela determinação e esforço!

Nota: as duas fotografias que ilustram este post foram tiradas antes de começarmos os trabalhos. Depois estávamos muito sujos e molhados para ficar bem na foto 😉

FOTOS | Créditos: ©2016CRE.Porto|rruiz|malmeida

Esta atividade desenvolvida no âmbito do FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto, foi organizado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e CRE.Porto. Colaboram a Associação Florestal de Entre o Douro e Vouga, a Câmara Municipal de Arouca e os Baldios de Ameixieira, Currais e Cales. As árvores (todas nativas) são fornecidas pelo Projeto Floresta Comum.