Há uma nova espécie de planta lenhosa de elevado potencial invasor detetada pela primeira vez na Europa, exatamente na Área Metropolitana do Porto, em 2015: Baccharis spicata. Suspeita-se que tenha entrado acidentalmente em Portugal através do Porto de Leixões. Foram já identificadas duas populações naturalizadas, em Matosinhos e Vila do Conde. Também há registos de presença na Póvoa de Varzim.

A invasão está ainda nas suas etapas iniciais pelo que com trabalho célere e coordenado entre todos (e com a participação ativa de cidadãos voluntários nas fases de identificação e controlo) pode ser iniciado um processo inédito de erradicação.

Por isso, no dia 6 de maio organizamos um workshop sobre identificação e controlo desta espécie para os Voluntários do FUTURO e outros cidadãos que tenham interesse em conhecer e colaborar na sua identificação e controlo.

Programa:
09h00 | Boas vindas e contextualização do workshop no âmbito de Projeto de Controlo e Erradicação de Baccharis spicata (Marta Pinto, CRE.Porto-UCP)
09h15 | Baccharis spicata: características, comportamento e potencial invasor (Paulo Alves, CIBIO-UP)
09h45 | Possíveis métodos de controlo de Baccharis spicata  (Elizabete Marchante, CEF-UC e Hélia Marchante, ESAC-IPC)
10h15 | Ida ao terreno para identificação in loco e tarefas de controlo
O workshop termina às 13h00.

Local:
Centro de Interpretação Ambiental de Vila do Conde.

A inscrição é gratuita, mas obrigatória. Pode inscrever-se seguindo o link.
Enviaremos mais detalhes após a inscrição.

Esta atividade é organizada no âmbito de uma parceria entre o FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto, o CIBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, o Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra e a Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra. Colabora o Município de Vila do Conde.
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Baccharis spicata é uma espécie nativa da América do Sul (sul do Brasil, Paraguai, Uruguai e nordeste e parte central da Argentina) que foi detetada pela primeira vez na Europa há pouco mais de um ano. Em setembro de 2015 duas populações naturalizadas foram detetadas em Portugal, nos arredores do Porto (Matosinhos e Vila do Conde). Há um artigo já publicado em revista científica internacional onde se descreve a espécie ao mesmo tempo que se avalia o seu potencial invasor na União Europeia, com base em variáveis climáticas e usando um protocolo de risco de invasão específico para plantas vasculares. Recentemente foram detetadas novas populações nas imediações do local original, que parecem indicar que expansão desta espécie com potencial invasor se está a fazer de uma forma rápida. Essa expansão célere poderá fazer com que dentro de alguns anos a espécie seja difícil de controlar devido ao aumento da sua população, o que constituirá um sério problema com elevados custos ecológicos e económicos.
Atualmente toda a literatura científica focada no problema da erradicação de plantas vasculares converge na ideia de que a erradicação de espécies problemáticas só é possível num cenário de deteção precoce, combinada com uma ação física focada em áreas de pequena dimensão. Este tipo de intervenções só é possível com a ajuda de voluntários e com a sensibilização das entidades municipais, já que a eliminação de plantas que não estejam listadas no Decreto-Lei n.º 565/99 só se pode fazer com a boa vontade de todos, incluindo proprietários de áreas privadas onde a espécie se encontre.
Esta iniciativa, que consiste na erradicação completa de uma espécie com elevado potencial invasor antes que se consuma a sua provável expansão no nosso país, a ter sucesso, poderá dar origem a uma mudança de paradigma capaz de despoletar o interesse das instituições públicas e da sociedade civil na realização de ações semelhantes com outras espécies que sejam precocemente detetadas, evitando que fujam de controlo e aumentem a lista de espécies problemáticas que todos os anos gera custos no valor de milhares de euros por toda a união Europeia.