Texto: Marta Pinto | Foto: Maria Almeida

A sorveira (Sorbus aucuparia) é uma pequena árvore ou arbusto médio de folha caduca, da familia Rosaceae. Partilha portanto algumas características com as cerejeiras, as macieiras, as amendoeiras, os pilriteiros, entre outras…

Pode medir até 15 metros de altura embora habitualmente não ultrapasse os 10. As suas folhas são compostas e inserem-se de forma alternada nos ramos.

As flores brancas, muito perfumadas, estão reunidas em corimbos terminais e, após fecundação, resultam num fruto vermelho vivo do tamanho de uma ervilha grande (parece uma baga). Floresce entre maio e julho e os frutos estão maduros no final de setembro ou em outubro.
A sorveira pode surgir associada com carvalhos, bétulas. Prefere ladeiras pedregosas e altitude e na península ibérica está presente apenas na metade norte.

Esta planta é muito conhecida entre os caçadores, que usavam os seus frutos como ‘isco’ para atrair algumas espécies de aves. Por este motivo a espécie recebeu o nome aucuparia, que deriva do latim aucupor (caçar aves). Os melros e os tordos desempenham um papel fundamental na dispersão da árvore, já que transportam as suas sementes a longas distâncias.

A madeira da sorveira é branca ou rosada, de textura fina, compacta e com uma grande dureza. Foi por isso frequentemente usada para elaboração de peças sujeitas a um desgaste constante: pontas de moinhos, fusos, rolos, cabos de ferramentas.

O fruto da sorveira tem propriedades adstringentes (são úteis contra a diarreia), pela sua riqueza em taninos, e antiescorbúticos, pela sua riqueza em vitamina C. Usam-se na elaboração de compotas, conservas e geleias. Não é conveniente comer os frutos crus porque são ligeiramente tóxicos (contêm uma substância de cheiro doce e aromático, a parasorbina). Uma vez fervidos, confecionados com calor, a toxicidade desaparece. Através de processos de fermentação, em algumas regiões da Europa, também se preparam licores e vinagre com estes frutos. No passado, os frutos secos foram também usados para substituir o pão.

É uma espécie com uma grande valor ornamental, pelas suas flores e frutos.

Bibliografia:
González, G.A.L, 2013. Guia de los árboles y arbustos de la Península Ibérica y Baleares. 3ª edición. Ed. Mundi-Prensa. 894pp.
[/fusion_builder_column][/fusion_builder_row][/fusion_builder_container]