_DSC5189No passado 23 de janeiro, em plena celebração do S. Gonçalo de Covelas, dezenas de pessoas juntaram-se no Monte de Paradela (Trofa) para dar continuidade aos trabalhos de rearborização desta área com espécies nativas. Uns chegaram de autocarro, outros de bicicleta e muitos a pé, mas todos todos deram o ‘corpo ao manifesto’ para ajudar a plantar as 1016 novas árvores e arbustos nativos que ficaram a fazer parte daquele espaço comunitário por onde passa o caminho de peregrinação a S. Gonçalo de Covelas e a Santiago de Compostela. Apesar da área se chamar Monte de Paradela (ou Monte dos Pobres), e porque já é o segundo ano consecutivo em que plantamos nas festividades ao santo, já a designamos carinhosamente por Bosque de S. Gonçalo.

Diz-nos o antropólogo da Câmara Municipal da Trofa – Napoleão Ribeiro – que a figura de S. Gonçalo tem uma certa relação com o trabalho que estamos a fazer em seu nome, já que nesse tempo, na idade média, qualquer paróquia necessitava de garantir uma trilogia básica à sua sobrevivência: ‘silvus – agros – saltus’. Silvus é a componente arborícola (oliveira, castanheiro…), agros é componente agrícola (cereais, etc.) e saltus são os espaços não cultivados, geralmente bosques. E o que estamos a fazer neste caso é a recuperar a componente de saltus.

A animar a jornada de trabalho contamos com o Sr. Luís Filipe, um decano das festas e magnífico artesão de cajados em madeira de eucalipto. Do alto da sua boa disposição, e enquanto generosamente nos oferece vinho do Porto em canecas de esmalte e distribui salpicão ‘vegetariano’ (cada um escolhe o seu sabor favorito!), diz-nos que “por cada cajado que faz é menos um eucalipto que fica”.

Entre o grupo de plantadores deste dia (40 mais os romeiros), e além dos nossos habituais Voluntários do FUTURO, como o Zé, o Carlos, o Aurélio, a Carla, o Nuno, a Edite, o Vitor, entre outros, destacamos o simpático e voluntarioso grupo de escuteiros do Agrupamento 449 da Paróquia do Santíssimo Sacramento, do Porto. Contamos ainda com o habitual grupo da APVC – Associação para a Proteção do Vale de Coronado.

Tem ainda que ser referido, por justo, que a excelente preparação do terreno para a plantação foi realizada pela Silvapor: o mato foi apenas cortado em faixas – para proteger o solo – e as covas já estavam parcialmente abertas. E este último ‘detalhe’ foi fundamental!

Obrigada a tod@s!

FOTOS | Créditos: ©2016CRE.Porto|rruiz

Esta atividade foi desenvolvida no âmbito do FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto, organizada pela Câmara Municipal da Trofa e pelo CRE.Porto em colaboração com a Associação de Silvicultores do Vale do Ave, Associação para a Protecção do Vale do Coronado, AMO Portugal Trofa e Associação de Moradores da Paradela. As árvores (todas nativas) foram fornecidas pelo Programa Floresta Comum.