No passado 12 de outubro, o FUTURO – projeto das 100 árvores na AMP recebeu uma grande equipa da GRACE – Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial, que reuniu 108 voluntários de 20 entidades, no âmbito da sua iniciativa anual GIRO. A atividade, planeada com meses de antecedência, aconteceu também em parceria com o Município de Santo Tirso, numa das áreas de intervenção do FUTURO localizada no território deste concelho – o Castro de Monte Padrão, em Monte Córdova.

A atividade realizada, perfeitamente alinhada com o tema do GIRO 2018 – Em defesa do Património – centrou-se no apoio à reabilitação florestal neste Monumento Nacional. O Castro do Monte Padrão é uma área arqueológica com uma ocupação humana conhecida com mais de 3.000 anos. E aqui, há já vários anos, estão em curso um conjunto de operações de gestão florestal que têm como objetivo dignificar a moldura arbórea deste monumento. O eucalipto tem sido retirado, a regeneração natural favorecida e muitas árvores nativas foram plantadas desde 2011.

Assim, a colaboração desta ampla equipa empresarial reunida no GIRO, concretizou-se através das operações de desbaste de eucalipto, manutenção de árvores nativas plantadas e a marcação de árvores de regeneração natural que foram encontradas ao longo da parcela. Todas estas tarefas foram de grande importância para este projeto e espaço.

Entre os participantes houve quem preferisse participar no arranque de eucalipto, mas também quem se dedicasse à manutenção das plantas instaladas, tarefa mais minuciosa e cuidadosa, que ajudou a revelar muita da (bio)diversidade do Monte Padrão. Pequenos pilriteiros (Crataegus monogyna), pereiras bravas (Pyrus sp.) e até castanheiros (Castanea sativa) ficaram agora mais visíveis, assinalados e com melhores condições para se desenvolverem.

Nesta ação do GIRO quisemos ainda proporcionar aos participantes o conhecimento e experimentação de um outro tipo de património – o gastronómico – através da demonstração e prova do pão feito à moda dos povos castrejos, tendo para isso contado com a arqueóloga Felisbela Silva, que tem estudado este tema e que acedeu em partilhar connosco o seu conhecimento e extraordinário pão feito com farinha de bolota.

O enquadramento histórico do arqueólogo Álvaro Moreira, da Câmara Municipal de Santo Tirso, permitiu conhecer melhor os costumes e hábitos alimentares, dos primeiros povos que habitaram esta região e que estavam claramente dependentes dos produtos da floresta.

A Escola Agrícola Conde S. Bento ajudou ainda os participantes a ganhar um pouco mais de força para as tarefas da tarde, com um rico lanche de doçaria tradicional: jesuítas, o pudim da Condessa Aldara, mel, compotas e os famosos licores de Singeverga.

No final da tarde os resultados do trabalho realizado eram visíveis. Registam-se 3,18 hectares intervencionados, com corte de rebentação de eucalipto em mais de um hectare; sacha e amontoa de caldeiras em quase dois hectares; e colocação de 520 estacas para assinalar as pequenas árvores nativas.

O envolvimento ativo de grupos empresariais nas ações no terreno do FUTURO – projeto das 100 árvores na AMP faz parte da sua missão . É uma forma de permitir alargar a novos públicos o trabalho realizado, a complexidade das tarefas necessárias numa gestão florestal sustentável e ainda o potencial económico desta floresta.

Esperamos que a paisagem, o trabalho executado e o contacto com a realidade do dia-a-dia dos profissionais da floresta tenha sido inspirador para todos os envolvidos. Muito obrigada!

FOTOS | Créditos: ©CRE.Porto2018RRuiz; ©CRE.Porto2018ampereira; ©CRE.Porto2018malmeida; ©2018mmirandapereira

Esta ação  integra-se no GIRO, uma iniciativa anual do GRACE – Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial, este ano sobre o tema “Em defesa do Património”. O FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto – foi o projeto selecionado, pelo segundo ano consecutivo, pelo GRACE para reunir os seus Voluntários na região Norte do País.

Esta ação foi desenvolvida no âmbito do FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto, tendo sido organizada pela Câmara Municipal de Santo Tirso, CRE.Porto e GRACE. Contou com a colaboração da Associação dos Silvicultores do Vale do Ave e da sua equipa de Sapadores Florestais, e de técnicas dos Municípios da Maia e de Valongo.

Participaram na ação as seguintes entidades associadas do GRACE: Auchan; F3M information systems; Grupo Moneris; Indaqua; Klepierre; Lipor; Michael Page; OCP Portugal; PWC; Santander; SDL Portugal; Segurihigiene; SuperBock Group; Trivalor; e Widex