A segunda edição da Rota das Árvores do Porto leva-nos a conhecer a história das grandes árvores da nossa cidade. Daquelas que conviveram com reis, inauguram Exposições Internacionais, coabitaram com nobres e burgueses, embelezaram o primeiro jardim público da cidade, inspiraram escritores…

De maio a novembro 2017

A Rota das Árvores do Porto tem como objetivo a divulgação e potenciação educativa e turística dos recursos naturais e culturais existentes no território do Município, sejam eles de gestão pública ou privada. Traduz-se num conjunto de 5 visitas temáticas a jardins históricos, a dinamizar entre maio e novembro de 2017. Nesta edição, as visitas centram-se na exploração das árvores de interesse público do Porto (classificadas ou em classificação). Percorreremos alguns dos núcleos onde estas árvores estão presentes acompanhados pelo Arquiteto Paisagista João Almeida que, além de apresentar as árvores, fará o enquadramento histórico dos espaços onde estão instaladas e da evolução da paisagem do Porto.

  • 27 de maio | 14h30 – 17h30 | Árvores do Romântico
  • 17 de junho | 14h30 – 17h30 | Árvores de Cedofeita
  • 9 de julho | 14h30 – 17h30 | Árvores de Campanhã e Santo Ildefonso
  • 4 de novembro| 14h30 – 17h30 | Árvores da Arrábida
  • 25 de novembro | 14h30 – 17h30 | Árvores do Campo Alegre

As inscrições são gratuitas e obrigatórias, estando limitadas a 30 vagas. São realizadas unicamente através do Formulário de Inscrição.

O período de inscrição inicia exatamente na data e hora definida para cada visita (ver no descritivo) e encerra quando forem preenchidas as vagas (ou 48 horas antes da realização de cada visita).

A inscrição é individual. Não serão aceites inscrições em grupo.

As vagas serão preenchidas por ordem de inscrição. A confirmação da participação (ou não) será remetida por e-mail até 72 horas depois de submissão da sua inscrição.

Quando o número de inscritos ultrapasse as vagas disponíveis será criada uma lista de espera.

Se estiver interessado(a) em participar em eventuais futuras edições desta iniciativa deixe aqui o seu contacto e será informado(a) oportunamente.

A “Rota das Árvores do Porto” é uma iniciativa do Município do Porto integrada no FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto.

São parceiros da Rota das Árvores do Porto: Circulo Universitário do Porto, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Condomínio da Baronesa do Seixo, Direção Regional de Cultura do Norte (Casa das Artes), Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, Jardim Botânico do Porto, Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto e Pestana Palácio do Freixo .

Saiba como decorreu a Primeira Edição da Rota das Árvores do Porto (2016).

A Rota das Árvores do Porto enquadra-se no projeto Florestas Urbanas Nativas no Porto – FUN Porto – que tem como objetivo expandir a área verde nativa no Porto e promover a ligação dos munícipes a estes recursos vitais para a sustentabilidade da cidade. O projeto integra várias iniciativas complementares, nomeadamente o Programa “Se tem um jardim, temos uma árvore para si”, a “Rede de Biospots do Porto”, o “Viveiro de Árvores e Arbustos Autóctones do FUTURO” e o “Porto Biolab”.

No âmbito do Programa “Se tem um jardim, temos uma árvore para si”, que já cumpriu duas edições, foram oferecidos aos munícipes mais de 4.000 árvores e arbustos nativos para instalação nos jardins e quintais do Porto.

A “Rede de Biospots do Porto” é uma rede de áreas de floresta urbana na cidade do Porto criada para promover a biodiversidade, os serviços dos ecossistemas, a adaptação às alterações climáticas e a amenização paisagística. Será constituída por 14 áreas que se distribuem ao longo dos eixos de circulação principais (nós, taludes, áreas verdes laterais) totalizando uma área útil de 25 hectares brutos. A primeira intervenção foi realizada em 2017 no Nó do Regado, com a instalação de 765 árvores e arbustos nativos.

No “Viveiro de Árvores e Arbustos Autóctones do FUTURO” têm sido produzidas, e desde 2014, cerca de 20.000 plantas nativas por ano de dezenas de espécies. No Viveiro está também em curso o projeto de “Conservação de Espécies Raras da Região Norte de Portugal”, um esforço de propagar plantas que, na natureza, são já muito raras.

O “Porto Biolab” (Quinta de Salgueiros) será uma floresta urbana prestadora de serviços ecológicos que reúna o melhor do conhecimento e gere oportunidades para novas aprendizagens estabelecendo um espaço de diálogo e de confronto de saberes integrando as várias equipas com distintas competências (biólogos, arquitetos, paisagistas, sociólogos, geógrafos, entre outros). Espera-se que seja uma área piloto na avaliação e otimização dos serviços dos ecossistemas, sejam eles ambientais, culturais, sociais ou económicos. A Quinta de Salgueiros tem cerca de 4 hectares e, apesar do se potencial, atualmente é um foco de expansão de plantas invasoras, um desafio para a segurança, um espaço onde são ilegalmente depositados resíduos. O objetivo é requalificar a área para oferecer aos portuenses o maior valor ecológico possível. Está a ser neste momento elaborado um plano de intervenção e os trabalhos no terreno iniciam-se no primeiro semestre de 2017.

No Município do Porto existem 238 árvores classificadas como de “Interesse Público”, distribuídas por três grandes tipologias de classificação (Árvore Isolada, Maciço e Alameda) e enquadrando palmeiras, araucárias, tulipeiros, metrosíderos, plátanos, entre outras. Saiba mais.

As “Árvores de Interesse Público” são exemplares arbóreos, individuais, em alamedas ou maciços que, pelas suas características peculiares (idade, porte, estrutura, raridade, história ou factos culturais) se distinguem dos demais, justificando um estatuto similar ao do património construído classificado.

Abertura de inscrições: 12 maio 2017, às 9h00 (vagas preenchidas)

Relato da visita

A 18 de setembro de 1865, inaugura a Exposição Internacional do Porto, a primeira a ser realizada na Península Ibérica, e com ela abrem ao público os jardins do Palácio de Cristal, o primeiro, grande e moderno, espaço de recreio público na cidade. Século e meio depois, este jardim e as magníficas árvores que o compõem; cedros, araucárias, metrosíderos, palmeiras entre outras, continua a ser um dos espaços verdes de referência da cidade. Na sua sombra, virados ao Douro e ao Atlântico, outros dois jardins se encontram; os da Casa Tait e da Quinta da Macieirinha, ambos residências reais… Mas se num deles do rei restam já só românticas memórias, no outro o tulipeiro ainda é o rei… Porque não prestar-lhe, e às suas sete magníficas irmãs, a honra de uma visita?

Abertura de inscrições: 2 junho 2017, às 9h00 (vagas preenchidas)

Relato da visita

É no século XIX, e em muito derivado da construção dos jardins do Palácio de Cristal, que outros espaços de recreio públicos, como os jardins da Cordoaria (João Chagas) e do Carregal, se constroem na malha urbana do Porto. Estes adotam um traçado romântico, característico da época, e a utilização de espécies exóticas ornamentais, nomeadamente sequoias e araucárias de várias espécies e outras coníferas, que atingem hoje portes verdadeiramente monumentais. Longe da vista da maioria, escondidos no interior dos quarteirões sobranceiros à Rua de Cedofeita, foram muitos os jardins privados também criados e reinventados nesta época, como os da Baronesa do Seixo e da Quinta dos Carvalhos do Monte, sendo atualmente um dos segredos mais bem guardados da cidade. E porque não partir à sua descoberta e dos tesouros vegetais que albergam? Faustosos teixos, araucárias, ginkgos e metrosíderos aguardam a sua visita.

Abertura de inscrições: 29 junho 2017, às 9h00 (vagas preenchidas)

Relato da visita

Embora privada das soberbas vistas sobre a foz do Douro e o Atlântico, que a partir de meados do século XIX potenciaram o aparecimento de alguns dos mais significativos espaços verdes públicos e privados da cidade, a zona oriental da cidade guarda também os seus tesouros. É aí, que já no século XVI, bispos e fidalgos erigem as suas quintas de recreio, nas escarpadas encostas do Douro, e onde, mais tarde, outras surgem, ligadas ao comércio do doce néctar do seu vale… Os jardins do palácio do Freixo e o Parque de São Roque são hoje vagas memórias desses tempos, mas e se os tulipeiros, canforeiras, afrocarpus e araucárias monumentais que por lá ainda habitam falassem? Que estórias teriam para nos contar?

O Porto oriental vê também nascer, em 1834, o primeiro jardim público da cidade – o de São Lázaro. Muitas famílias por lá terão passado ao longo de quase dois séculos de vida, mas pelo menos uma por lá sempre tem estado… e por que não trazer a sua, para uma reunião de família(s)?

Abertura de inscrições: 20 outubro 2017, às 9h00 (vagas preenchidas)

Relato da visita

Pertencendo ao comummente designado conjunto de “Quintas do Campo Alegre”, os jardins das antigas casas de Riba d’Ave e do Gólgota, contemporâneos dos jardins da Casa Andresen, hoje Jardim Botânico do Porto, apresentam ainda o gosto dos seus antigos proprietários pelo colecionismo botânico, e muitas vezes invulgar e exótico, tão em voga no Porto, no século XIX.

Que histórias terão para nos contar nesta visita, as faias, tulipeiros e canforeiras que ainda hoje por lá podemos encontrar? E para finalizar, porque não apreciar a panorâmica vista, à sombra de, mais uma, monumental e aromática canforeira e do seu, não menos monumental companheiro, liquidâmbar?

Abertura de inscrições: 10 novembro 2017, às 9h00 (vagas preenchidas)

Relato da visita

Ao longo do século XIX e início do século XX, são várias as quintas de recreio erigidas ao longo da Rua do Campo Alegre e na sua proximidade. Nestas, como as de Primo Madeira, Burmester, Andresen e Allen, os seus abastados proprietários constroem não só faustosas residências como também magníficos jardins, povoados por uma grande variedade de espécies exóticas ornamentais. Os seus donos e o carácter particular destas quintas há muito que desapareceram, mas os jardins e os seus mais nobres habitantes por lá continuam, a alegremente deslumbrar e a pacientemente aguardar por quem os visita. Acompanha-nos nesta visita a monumentais cedros, tulipeiros, teixos, plátanos, araucárias e muitos mais?