“A Natureza é a melhor sala de aula” é um projeto do CRE.Porto para a comunidade escolar da Área Metropolitana do Porto, iniciado em 2018 e desenvolvido no âmbito do FUTURO – projeto das 100.000 árvores. Com este projeto pretende-se estimular a utilização da Natureza como um espaço e um recurso privilegiado de ensino-aprendizagem e assim exponenciar o contacto de crianças e jovens com o meio natural. Porque a Natureza é a melhor sala de aula.

Usar a Natureza como sala de aula

Vários estudos demonstram que a Natureza, além de ter um impacto positivo no bem-estar físico e psicológico das crianças e jovens, constitui-se como espaço privilegiado de observação, de experimentação e de aprendizagem. Na Natureza o abstrato torna-se concreto através de experiências autênticas e significativas, nas quais os alunos deixam de ser meros recetáculos para assumir um papel proactivo na aquisição de conhecimentos e no desenvolvimento de competências. A criatividade e a capacidade de resolução de problemas são algumas dessas competências que podem ser expandidas e potenciadas com a utilização da natureza como metodologia de ensino-aprendizagem.

 

Os componentes do projeto

O projeto “A Natureza é a melhor sala de aula” está estruturado em três componentes fundamentais e complementares. A primeira componente, sendo basilar, consiste na criação de uma comunidade de aprendizagem constituída por uma rede de docentes dinamizadores de Aulas na Natureza (floresta, mata, parque ou jardim da escola). A segunda componente do projeto remete-nos para a formação de professores e educadores, com o objetivo de partilhar técnicas e metodologias de aprendizagem em contexto de Natureza. Da mesma forma, e potenciando os espaços verdes municipais e os vários centros de educação ambiental, esta componente integra também formação específica para técnicos municipais, com o objetivo de inspirar o desenvolvimento de novas iniciativas e métodos de exploração desses locais. A terceira componente refere-se à monotorização e avaliação de impacto das sessões na Natureza nas crianças e jovens, considerando algumas dimensões que os estudos empíricos destacam.

Uma Comunidade de Aprendizagem

No ano letivo 2019/2020, esta comunidade integra quatro docentes de dois estabelecimentos de ensino em cada um dos 17 municípios que integram a Área Metropolitana do Porto. As escolas foram selecionadas, desde o pré-escolar até ao ensino secundário, atendendo à experiência dos seus docentes na realização de sessões na Natureza, bem como à existência de espaços verdes significativos no seu interior ou proximidade. Esta comunidade está a ser dinamizada pela equipa do CRE.Porto, que propõe atividades (adaptáveis aos recursos e contextos) para professores e educadores dinamizarem fora da sala de aula. No decorrer do desenvolvimento das atividades pretende-se que esta rede de docentes partilhe na plataforma não só os resultados/produtos finais da implementação como também o processo subjacente à aquisição de aprendizagens e práticas que poderão ser mais tarde replicadas noutras escolas da região.

Formação de Professores

O objetivo principal da formação de professores no âmbito “A Natureza é a melhor sala de aula” (NSA) é o de capacitar e inspirar os professores com exemplos, ferramentas de trabalho e ideias práticas sobre a utilização da Natureza como espaço de ensino-aprendizagem. Para tal, os professores e educadores que integram a comunidade de aprendizagem NSA terão a oportunidade de participar numa formação que visa facilitar o conhecimento dos docentes e educadores envolvidos nesta comunidade, como também partilhar conhecimentos e explorar em conjunto estratégias e ferramentas úteis para a realização das atividades propostas pela equipa CRE.Porto.     Com o intuito de expandir a mais professores e educadores de estabelecimentos de ensino da Área Metropolitana do Porto e de propagar os benefícios deste projeto, decorrerá uma formação, desdobrada em 2 sessões com programação igual, entre janeiro e fevereiro 2020, em dois concelhos distintos. Consulte a notícia da primeira edição AQUI.

Formação de Técnicos Municipais

Os espaços verdes municipais, parques, zonais florestais de proximidade e os equipamentos de Educação Ambiental constituem espaços privilegiados de contacto com a Natureza. Uma grande parte destes locais é, de forma organizada e rotineira, utilizada para a dinamização de atividades de educação ambiental. Esta formação é destinada exclusivamente aos técnicos dos municípios da Área Metropolitana do Porto e pretende enriquecer o seu conhecimento e inspirar o desenvolvimento de novas iniciativas, atividades e métodos de exploração destes espaços.

Um Projeto de Investigação-ação

Explorar o(s) impactos(s) multifacetado(s) destas aulas na Natureza no desenvolvimento das crianças e jovens, é fundamental para se criarem práticas educativas baseadas em evidência. Nesta senda, o CRE.Porto estabeleceu uma colaboração com o Centro de Investigação para o Desenvolvimento Humano (CEDH) da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa, com o objetivo de se desenhar um plano de investigação-ação que permita avançar, a médio prazo, para a avaliação do impacto deste tipo de metodologia de ensino-aprendizagem no ajustamento socioemocional e académico e nas atitudes e comportamentos pró-ambientais das crianças e adolescentes envolvidos no projeto. Previamente à avaliação do impacto, e numa primeira fase, proceder-se-á a um estudo piloto, com metodologia qualitativa e quantitativa, para a caracterização dos contextos educativos que integram o projeto NSA e para o desenvolvimento e adaptação de instrumentos para o contexto português.

Os parceiros principais do projeto

O Serviço Educativo Ambiente da Fundação de Serralves e o Centro de Investigação para o Desenvolvimento Humano / Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa são parceiros do projeto “A Natureza é a melhor sala de aula”.

São ainda parceiros os Municípios de Arouca, Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Paredes, Porto, Póvoa do Varzim, S. João da Madeira, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, Trofa, Vale de Cambra, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia.

Este projeto tem a participação dos seguintes Estabelecimento de Ensino: Agrupamento de Escolas de Escariz, Escola Secundária de Arouca, Agrupamento de Escolas Dr. Manuel Gomes de Almeida – Escola Básica nº 2 de Espinho, Agrupamento de Escolas Dr. Manuel  Laranjeira, Agrupamento de Escolas Infanta D. Mafalda, Escola EB 2,3 Santa Bárbara, Agrupamento de Escolas de Rio Tinto nº3, Escola EB1 Monte Calvário, Escola EB1/JI nº1 de Gueifães, Escola Básica Irmãos Passos, Escola EB 1, JI de Sendim, Agrupamento de Escolas Ferreira da Silva, Escola Básica e Secundária Soares Basto, Escola Básica de Recarei, Colégio Casa Mãe, Escola Básica da Vilarinha, Agrupamento de Escolas Leonardo Coimbra Filho, Agrupamento de Escolas de Rates,  Agrupamento de Escolas Cego do Maio, Jardim de Infância do Parque, Escola EB1/JI Carquejido, Escola EB2,3 Milheirós de Poiares, Escola Básica de Argoncilhe, Instituto Nun’Alvres, Escola Básica de S. Tomé de Negrelos, Escola Básica do Castro, Escola Básica e Secundária do Coronado e Castro, Escola Básica do Búzio, Escola Secundária de Alfena, Escola Secundária de Valongo, Escola Básica de Campo,  Escola Básica EB2,3 D. Pedro IV, Escola EB2,3 Maria Pais Ribeiro – A Ribeirinha, Escola Secundária Gaia Nascente, EB Sophia de Mello Breyner