A Natureza é a melhor Sala de Aula” (NSA) é um projeto do CRE.Porto para a comunidade escolar da Área Metropolitana do Porto, iniciado em 2018, inspirado no FUTURO. Com este projeto pretende-se estimular a utilização da Natureza como um espaço e um recurso privilegiado de ensino-aprendizagem e assim exponenciar o contacto de crianças e jovens com o meio natural. Porque a Natureza é a melhor sala de aula.
Usar a Natureza como sala de aula
Vários estudos demonstram que a Natureza, constituindo-se como um espaço privilegiado de observação, de experimentação e de aprendizagem, tende a impactar positivamente o desenvolvimento físico, cognitivo e socioemocional das crianças e jovens. Com efeito, a educação baseada na Natureza associa-se a índices de maior bem-estar e de proatividade nas crianças e jovens, o que se pode traduzir em comportamentos mais sustentáveis e ecológicos. Paralelamente, aprender no meio ambiente pode contribuir para o enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem, particularmente ao nível do desenvolvimento da criatividade, da linguagem, literacia e competências de comunicação. Na Natureza, o abstrato torna-se concreto através de experiências autênticas e significativas, nas quais os alunos deixam de ser meros receptáculos para assumir um papel proactivo na aquisição de conhecimentos.
As componentes do projeto
O projeto “A Natureza é a Melhor Sala de Aula” está estruturado em quatro componentes fundamentais e complementares. A primeira componente, sendo basilar, consiste na criação de uma comunidade de aprendizagem constituída por uma rede de docentes dinamizadores de Aulas na Natureza (floresta, mata, parque ou jardim da escola). A segunda componente remete-nos para a formação de professores e educadores, com o objetivo de partilhar técnicas e metodologias de aprendizagem em contexto de Natureza. A par disso, são igualmente dinamizadas formações para os técnicos municipais, no sentido de inspirar o desenvolvimento de novas iniciativas e métodos de exploração desses locais. Ainda nesta componente, integra-se a Mentoria de Professores, que tem como intuito ser um apoio adicional dirigido aos docentes e potenciar a implementação das diferentes aulas dos Guiões Orientadores.. A terceira componente refere-se ao estudo científico sobre o impacto das Aulas na Natureza em crianças e jovens, considerando algumas dimensões destacadas pelos estudos empíricos. A última componente diz respeito à comunicação e disseminação dos resultados obtidos.
Uma Comunidade de Aprendizagem
No ano letivo 2022/2023, esta comunidade integra, no mínimo, três estabelecimentos de ensino em cada um dos 16 municípios que integram a Área Metropolitana do Porto. As escolas selecionadas, integram desde o pré-escolar até ao ensino secundário, atendendo à experiência dos seus docentes na realização de sessões na Natureza, bem como à existência de espaços verdes significativos no seu interior ou proximidade. Esta comunidade está a ser dinamizada pela equipa do CRE.Porto, que propõe aulas (adaptáveis aos recursos e contextos) para professores e educadores dinamizarem fora da sala de aula. No decorrer do desenvolvimento das aulas na Natureza pretende-se que esta rede de docentes partilhe na plataforma (fechada) da Comunidade NSA os registos da implementação como também evidências subjacentes à aquisição de aprendizagens e práticas que poderão ser mais tarde replicadas noutras escolas da região.
Formação de Professores e Técnicos Municipais
O objetivo principal da formação de professores é o de capacitar e inspirar com exemplos, ferramentas de trabalho e ideias práticas sobre a utilização da Natureza como espaço de ensino-aprendizagem. Para tal, os professores e educadores que integram a comunidade de aprendizagem NSA terão a oportunidade de participar em ações de formação creditadas que visam partilhar conhecimentos e explorar em conjunto estratégias e ferramentas úteis para a realização das atividades propostas pela equipa CRE.Porto.
Nesta componente é desenvolvida uma formação destinada aos técnicos dos municípios da Área Metropolitana do Porto, que pretende enriquecer o seu conhecimento e inspirar o desenvolvimento de novas iniciativas, atividades e métodos de exploração destes espaços, bem como acompanhar o projeto nas escolas participantes do respetivo município. Esta formação é baseada na premissa de que os espaços verdes municipais, parques e zonas florestais próximas são utilizados para a dinamização de atividades de educação ambiental.
Mentoria de Professores
No ano letivo de 2022/2023 será implementada novamente a Mentoria de Professores. Esta constitui-se como uma ferramenta de desenvolvimento profissional que viabiliza a partilha recíproca de conhecimentos e experiências, numa lógica contínua à implementação das atividades inerentes aos Guiões Orientadores, entre os técnicos parceiros (Mentores) e os educadores e professores (Mentorandos) que fazem parte do projeto. Os Mentores têm como principais designações acompanhar e apoiar os docentes na implementação dos Guiões Orientadores, motivando-os para a dinamização autónoma das respetivas atividades, assim como, facilitar, sempre que possível, a aquisição de recursos e ferramentas necessárias ao cumprimento dos objetivos previstos. Os professores e educadores mentorandos, por sua vez, devem recorrer proativamente ao apoio e suporte dos Técnicos, sempre que necessário, com o intuito de facilitar a dinamização (autónoma) dos Guiões Orientadores.
Um projeto de ação-investigação
Explorar o impacto multifacetado destas aulas na Natureza no desenvolvimento das crianças e jovens é fundamental para se criarem práticas educativas baseadas em evidência. Nesta senda, o CRE.Porto estabeleceu uma colaboração com o Centro de Investigação para o Desenvolvimento Humano (CEDH) da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa, com o objetivo de se desenhar um plano de ação-investigação que permita avançar para a avaliação do impacto desta metodologia de ensino-aprendizagem no ajustamento socioemocional e académico e nas atitudes e comportamentos pró-ambientais das crianças e jovens envolvidos no projeto. Nesta edição 22/23 dar-se-á continuidade à avaliação da metodologia de ensino partilhada pelos Guiões Orientadores, com metodologia qualitativa. Paralelamente, avançar-se-á para o estudo para a validação de instrumentos para o contexto português, bem como para a exploração do impacto das aulas na natureza. Para esta componente do NSA, a equipa de investigação conta com a participação de investigadores sénior e investigadores júnior que se encontram a desenvolver as suas dissertações de mestrado em Psicologia no âmbito do projeto.
Os parceiros principais do projeto
Os Municípios Parceiros são: Arouca, Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Paredes, Porto, Póvoa do Varzim, S. João da Madeira, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, Trofa, Vale de Cambra, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia.
O Centro de Investigação para o Desenvolvimento Humano / Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa e o Serviço Educativo Ambiente da Fundação de Serralves são parceiros do projeto “A Natureza é a melhor Sala de Aula” em 2022/23.
Nesta edição, integram a Comunidade NSA, 46 Escolas: AE de Escariz do Polo Escolar de Chave, ES de Escariz, AE de Rio Tinto nº3, EB 2, 3 Santa Bárbara, JI/EB1 de Montezelo, AE de Valbom, AE da Maia, EBS de Levante da Maia, JI/EB1 de Gueifães, JI/EB1 de Sendim, EB de Irmãos Passos, EBS João Gonçalves Zarco, EBS de Cristelo, AE de Paredes, JI de Gondalães, JI de Estrebuela, EB1de Sobreira, EB de Recarei, JI de Carreiras Verdes, Colégio D. Duarte, EB Vilarinha, AE Cego do Maio, AE de Rates, JI do Parque, JI do Fundo de Vila, EB de Argoncilhe, EB de S. Tomé de Negrelos, EB de Agrela e Vale do Leça, Instituto Nun’Alvres, AE do Coronado e Castro, EBS do Coronado e Castro, EB do Castro, EB de Vila Chã, AE de Campo, EBS de Campo, EB da Azenha, ES de Alfena, ES de Valongo, EB Maria Pais Ribeiro – A Ribeirinha, EB Dr. Carlos Pinto Ferreira, AE D. Afonso Sanches – EB Júlio Saúl-Dias, EB Sophia de Mello Breyner, AE D. Pedro I (projeto Santa Casa da Misericórdia)